Belver
Na margem direita do Tejo, Belver é facilmente reconhecível na paisagem pelo perfil do castelo, um miradouro de excelência sobre o vale do rio.
Belver significa “bela vista”, nome atribuído pelo rei D. Sancho I, no séc. XII, pela evidente caraterística do sítio onde se encontra. Estratégico na defesa da fronteira e do vale do Tejo, o rei doou as terras à Ordem militar dos Hospitalários, que aí mandaram construir o castelo.
O Castelo estaria terminado por volta de 1212, sendo um dos mais importantes exemplos de arquitetura militar medieval em território nacional. Dentro de muralhas, merece destaque a Capela de São Brás em que o retábulo quinhentista é uma das peças de arte a referir. Dizem que o poeta português Luís de Camões esteve encarcerado no castelo, em 1553.
Castelo de Belver ©David Cahopo / Gerador
No séc. XVI, a produção de sabão tornou-se a principal atividade económica da região, com a instalação da Real Fábrica do Sabão. Para homenagear esta indústria tão importante à época, foi inaugurado o Museu do Sabão, nas instalações de uma antiga Escola Primária. No museu, pode-se aprender tudo sobre os saboeiros, desde o processo de fabrico até à distribuição, passando pelas diferenças entre Sabão Mole e Sabão de Pedra. A sua produção durou até à primeira metade do século XX. Também neste caso, a proximidade do Rio Tejo era muito importante pois servia de meio de comunicação para transportar o sabão, em barcaças. No museu retrata-se a história completa desta indústria, sendo um dos poucos museus de sabão que existem em todo o mundo.
Nas artes e ofícios locais, destaca-se a produção de tapetes e colchas em lã ou linho, o que justifica a existência do Núcleo Museológico das Mantas e Tapeçarias de Lã. As mantas alentejanas desta região são muito características.
Núcleo Museológico de Mantas e Tapeçarias de Lã ©David Cahopo / Gerador
Quem apanhar o comboio em Lisboa, ou a partir do Entroncamento, em direção à Guarda, irá fazer parte da viagem ao longo do rio Tejo, uma fronteira natural do território. O troço que segue a margem e passa junto a Belver é uma das mais bonitas viagens de comboio no país.
Em frente a Belver, fica a Praia Fluvial da Quinta do Alamal, integrada num cenário deslumbrante, na margem esquerda do Rio Tejo. Esta praia faz parte de um complexo de lazer que, além de infraestruturas de apoio à zona balnear, oferece diversas atividades como rappel, slide, passeios de barco e canoa. Do areal, a vista é magnífica: no topo do monte, o Castelo destaca-se na paisagem e a verdura da vegetação contrasta com as águas tranquilas do Tejo.
Passadiços do Alamal ©David Cahopo / Gerador
Para os que gostam de passeios e caminhadas, os Passadiços do Alamal, em madeira, acompanham a margem entre a praia e a ponte de Belver, com excelentes pontos de observação da flora e da fauna. É um passeio de 3 km, fácil, calmo e tranquilo, em que se pode apreciar a paisagem e sentir os aromas característicos do Alentejo, em comunhão com a natureza.
O Passadiço está integrado na Pequena Rota circular Arribas do Tejo. Tem 16 kms na totalidade e passa o rio por duas vezes, uma pela barragem de Belver e outra pela ponte de ferro da Estrada Nacional 244. Outros pontos de interesse são um antigo lagar de azeite, o Lagar da Fraga, o monumento megalítico da Anta do Penedo Gordo, a praia fluvial da Ortiga e a barragem de Belver.
Na gastronomia local, destacam-se os pratos de javali, os petiscos de cogumelos, enchidos fritos, o peixe de rio (barbo, achigã, enguias, lampreia, sável), a açorda de ovas e o bacalhau com migas de couve e feijão. Ainda de referir e a provar, os bolos secos como os biscoitos de mel, as broas de marmelada ou de milho e os borrachos, feitos de massa frita em forma de argola, polvilhada com açúcar.