Visita de Cidade
Covilhã, terra de cultura e arte
Situada entre rios e nas encostas da Serra da Estrela, a cidade da Covilhã teve um importante papel na indústria têxtil desde o século XII. É um destino do Centro de Portugal a colocar no mapa de quem procura autenticidade, experiências e harmonia entre o antigo e o moderno.
Um eco de história e de cultura
A Covilhã tem as suas origens na época medieval, remontando ao século XII, sob o domínio de D. Sancho I. Este monarca protegeu a cidade com muralhas que serviram não só como fortificações físicas, mas também como símbolo de força crescente. Em 1186, o rei concedeu-lhe a primeira carta de foral, o que significava mais do que privilégios administrativos; era uma garantia de progresso e uma promessa de preservação. Com o tempo, outro marco significativo foi alcançado em 1510, quando D. Manuel coroou a Covilhã com o título de Vila Realenga.
©J. Gomes / C.M. Covilhã
Na cidade, um dos marcos indeléveis é o artesanato em lã. Iniciou-se também no séc. XII, mas teve grande desenvolvimento pela comunidade judaica que se instalou desde então até ao século XV. Este legado convida a visitar o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior; uma viagem ao passado industrial da cidade, mas também uma revelação da evolução das técnicas de produção têxtil e da sua importância na identidade histórica da região. Atualmente é um centro urbano com uma cultura vibrante e espírito inovador, sede de uma das principais universidades de Portugal, a Universidade da Beira Interior (UBI), criada em 1979, a qual teve um papel significativo na elevação tecnológica da cidade.
Conheça a Igreja de Santa Maria, que se destaca na arquitetura religiosa, e aventure-se pelas ruas da cidade até à Praça do Município, considerada o coração da Covilhã. Cercada por edifícios históricos e cafés, aí poderá desfrutar da atmosfera local.
Descubra ainda a Igreja de São Francisco. Construída no século XIII, destaca-se como um dos mais antigos marcos religiosos da Covilhã. A Capela de São Martinho é outra visita obrigatória, igualmente do século XIII. Já a Rota da Judiaria, um percurso intrigante, leva-o por ruas antigas onde a influência judaica ainda é visível na arquitetura e na toponímia.
Penhas da Saúde ©Tânia Araujo / Turismo Centro de Portugal
Natureza em estado puro
A proximidade da Serra da Estrela faz da Covilhã um ponto de partida se estiver interessado em explorar a maior serra de Portugal continental. O Estrela Geopark que integra igualmente o Parque Natural da Serra da Estrela irá certamente deixá-lo sem fôlego – quer goste de fazer caminhadas, escaladas ou simplesmente desfrutar da paisagem. Igualmente convidativa é a Torre, o ponto mais alto de Portugal continental, a 2000 metros de altitude, que oferece experiências de neve no inverno e vistas panorâmicas durante o resto do ano. Não deixe de incluir as Penhas da Saúde no seu roteiro, um local relaxante, onde pode respirar o ar puro da montanha.
Wool - Festival de Arte Urbana da Covilhã/ Marta Lapeña2021 ©Gonçalo Xavier Cody
A capital da arte urbana
Novos desafios e oportunidades foram trazidos pela modernização, mas a Covilhã conseguiu manter o seu património histórico, abraçando os tempos contemporâneos. Uma dessas atrações é o WOOL – Covilhã Urban Art Festival, evento que converte a cidade num espaço expositivo ao ar livre. Desde 2011, artistas versáteis têm contribuído para com as suas histórias através de murais. Deixe-se guiar pelas ruas estreitas, onde a arte fala mais alto do que as palavras; onde a história encontra o presente numa profusão de cores que devolve vida às fachadas dos edifícios antigos.
Queijo Serra da Estrela ©Pedro Ribeiro /Aldeias de Montanha
Sabores com tradição
A gastronomia da Covilhã é uma ode aos sabores tradicionais. Participe nos eventos locais e saboreie as iguarias mais emblemáticas, começando com o Queijo Serra da Estrela. Parta depois para uma degustação de borrego assado e de cabrito estonado, prove o autêntico pão de centeio e o pão rosa-negra, considerado um dos melhores pães de Portugal, assim como os enchidos artesanais. Finalize com doces regionais como as papas de carolo e o bolo de leite. Cada prato é uma viagem pela herança culinária desta cidade serrana.
Explore a Covilhã, onde cada visita se transforma numa história tecida pela arte, pela natureza e pela cultura. Com as paisagens da Serra da Estrela, o património industrial e a animação local, há sempre algo a descobrir. Conheça os museus, aprecie a arquitetura histórica e experimente a gastronomia regional. Explorar esta cidade é viajar através do tempo, descobrindo um local que se reinventa constantemente, mas que nunca esquece as suas raízes. E regresse, sempre que possível.
Castro Marim
De Castro Marim, de um lado, vê-se o Sapal, o Rio Guadiana e o mar e, de outro, os montes que se estendem até ao horizonte. É esta paisagem que desafia os que apreciam os grandes espaços, se interessam por identificar aves e plantas, gostam de passeios a pé ou de bicicleta ou de atividades na Natureza.
No alto, o Castelo de Castro Marim está estrategicamente alinhado com o Forte de São Sebastião e com o Revelim de Santo António. Entre eles estendem-se as casas brancas da cidade, com platibandas coloridas, açoteias e chaminés rendilhadas. Na sua simplicidade, as refletem a característica arquitetura algarvia em que o branco predominante é quebrado por barras ocres e azuis, que também decoram as platibandas com formas geométricas e motivos florais.
O Castelo medieval lembra o tempo em que Castro Marim foi conquistado, em 1242, pelos cristãos comandados por D. Paio Peres Correia, integrando-o no território português. Ainda no séc. XIII, durante o reinado de D. Dinis (1261-1325), tornou-se a sede da Ordem de Cristo, criada para substituir a Ordem dos Templários, antes de esta ser transferida para Tomar. A importância militar na defesa da fronteira foi reforçada no séc. XVII com a construção do Forte de São Sebastião e do Revelim de Santo António.
Na cidade, a Igreja Matriz dedicada a Nossa Senhora dos Mártires foi construída no séc. XVIII sobre uma antiga ermida em honra dos “Mártires”, os cristãos que se estabeleceram na localidade durante a época da Reconquista.
Na colina do Revelim de Santo António está instalado o Centro de Interpretação do Território, onde pode saber mais sobre a história da região. A vista é deslumbrante sobre a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António e sobre a Foz do Rio Guadiana e é um bom ponto de partida para os itinerários que pode fazer.
Cerca de 30% da área do Sapal é ocupados por salinas, umas das riquezas deste território, onde ainda se faz a exploração artesanal do sal. Não deixe de as visitar e participar em degustações ou em visitas guiadas. Na Casa do Sal, situado na vila, irá perceber a importância do sal na economia local e na história da região.
O Sapal é também um local de excelência para conhecer a fauna e flora e para observar as aves aquáticas que aqui têm o seu local de repouso, alimentação e nidificação.
Os passeios a pé e de bicicleta são uma das atividades mais apreciadas. A Grande Rota do Guadiana, com passagem obrigatória por Castro Marim, tem em Vila Real de Santo o ponto de partida ou de chegada. Para passear no rio, também pode optar por um passeio organizado numas das embarcações locais, muitos deles com almoço a bordo, uma oportunidade para conhecer a gastronomia regional.
Perto do mar, os pratos tradicionais são naturalmente de peixe. Recomenda-se o arroz de lingueirão, os carapaus alimados, a caldeirada de peixe ou o bife de atum em cebolada. Na doçaria, destacam-se os Figos cheios, o Bolo de amêndoa e o Bolo de mel.
Estando no Algarve, as praias mais próximas são uma das atrações durante todo o ano, seja para banhos de mar no verão ou longos passeios nos areais de Vila Real de Santo António e no Parque Natural da Ria Formosa.
A festa da cidade dedicada a Nossa Senhora dos Mártires realiza-se a 15 de agosto, mês que termina com muita animação com os Dias Medievais, um evento de cariz histórico que irá certamente apreciar. O castelo de Castro Marim volta a receber reis e rainhas, cavaleiros, bobos, jograis, nobres e damas. A magia de outros tempos é recriada em torneios a pé e a cavalo, espetáculos de teatro de rua, banquetes animados por música da época e uma feira de mercadorias e artesanato.
Viajar com calma em Portugal
Vá, vagueie, perca-se
Portugal é um destino perfeito durante todo o ano. Mas para experienciar verdadeiramente a alma de Portugal, é essencial abrandar e "perder" tempo a explorar os tesouros ocultos e as regiões menos conhecidas do país.
Deixe-se levar e saboreie tudo que temos para oferecer: as diferentes paisagens, os aromas e sabores da nossa gastronomia, as tradições culturais únicas, os sons da natureza, do Fado e da guitarra ou explore o interior de Portugal pela Estrada Nacional 2 que cruza o país de uma ponta à outra e interaja com as comunidades locais, ao seu próprio ritmo e com a liberdade de poder escolher o que quer ver ou o que quer fazer.
Em Portugal, viajar lentamente é especialmente gratificante. O país conta com uma abundância de pequenas aldeias, como as Aldeias do Xisto ou as Aldeias Históricas no Centro de Portugal, onde o tempo passa mais lentamente e as pessoas têm sempre tempo para dar as boas-vindas aos visitantes e partilhar as suas tradições.
Os Parques e Reservas Naturais, Geoparques e Reservas da Biosfera reconhecidos pela UNESCO asseguram que Portugal é também um destino de preferência para atividades ao ar livre, quer sejam mais contemplativas, como observação de aves ou observação de estrelas, ou mais ativas, como canoagem, rafting ou passeios por trilhos de natureza a pé ou em bicicleta. Pode seguir o seu próprio ritmo, sentindo os aromas e os sons que, de outro modo, passariam despercebidos. Quer escolha ter o mar como companhia, tal como na Rota Vicentina que atravessa a Costa Alentejana e Vicentina, ou subir e descer montanhas, como nos Arquipélagos dos Açores ou da Madeira, as opções de trilhos são infinitas e são uma ótima escolha se preferir combinar exercício físico com o contacto com a população local.
Para muitos viajantes que optam por viajar lentamente, não pode faltar uma visita à região do Alentejo. O ritmo sem pressas da região encoraja-o a abrandar e a apreciar as coisas simples da vida, como o sol quente na sua pele, as suas colinas onduladas, as vinhas e olivais, almoços demorados com amigos, e, claro, Évora, a cidade histórica do Alentejo, que será a Capital Europeia da Cultura em 2027, com um conceito baseado no “Vagar", a filosofia de apreciar a vida com uma abordagem de vida “lenta”.
Durante a sua visita, saboreie a nossa Dieta Mediterrânica, classificada como Património Mundial pela UNESCO e parte da identidade da gastronomia portuguesa. Está baseada em produtos frescos, naturais e maioritariamente de origem local, na utilização de azeite, na presença constante de peixe fresco e no consumo limitado de carne vermelha, no papel da fruta, leguminosas e legumes – tudo nesta dieta forma parte de um estilo de vida saudável. Apoie também a economia local, ao preferir o consumo de alimentos da época, ao ser mais sustentável e ao optar por comprar em lojas e mercados locais.
Lembre-se: estas experiências não devem ser apressadas, portanto leve o seu tempo a mergulhar profundamente em tudo que Portugal tem para oferecer e será recompensado com memórias para a vida.
Arquitetura contemporânea nas ruas de Lisboa
Ao longo de dois dias percorra as ruas de Lisboa à descoberta de marcos da arquitetura dos séculos XIX, XX e início do séc. XXI.
Comece o roteiro na Baixa, na Rua do Ouro, onde se distingue o elevador de Santa Justa , de estilo neogótico. O elevador, inaugurado em 1902, foi projetado pelo engenheiro Raoul Mesnier de Ponsard. Aprecie a arquitetura em ferro e suba até ao Chiado, zona nobre da cidade, parcialmente reconstruída sob projeto do arquiteto Álvaro Siza Vieira, após o incêndio de 1988. Subindo a Rua Garrett em direção ao Largo de Camões, irá deparar-se com a estátua do poeta Fernando Pessoa sentado em frente ao café A Brasileira. Este café, inaugurado em 1905 e estilo Art Déco, é considerado o primeiro museu de arte moderna de Lisboa, devido à existência de obras de autores modernistas que sendo frequentadores assíduos do café, ofereceram as suas obras para decorar as paredes. A fachada característica deste estabelecimento é da autoria do arquiteto Norte Júnior.
Volte a descer pela Rua do Carmo passando pela Praça Dom Pedro IV, também conhecida como Praça do Rossio e siga em direção à Praça dos Restauradores, onde poderá apreciar o antigo Cinema Éden , obra-prima da Art Déco em Portugal, projetado na década de 1930 por Cassiano Branco. No final do século XX foi transformado em hotel, preservando-se parte da fachada. Em frente ao Edifício Éden desça por uma pequena ladeira até chegar à rua das Portas de Santo Antão. Irá encontrar a Casa do Alentejo, antigo palácio de estilo mourisco construído possivelmente nos finais do séc. XVII, mas que sofreu profundas alterações no início do séc. XX.
Suba a Avenida da Liberdade que possui vários edifícios de interesse como o Cinema São Jorge, projetado pelo arquiteto Fernando Silva inaugurado em 1950; o Teatro Tivoli projetado pelo arquiteto Raul Lino, inaugurado em 1924 ou a antiga sede do Diário de Notícias do arquiteto Pardal Monteiro. Este edifício ganhou o Prémio Valmor em 1940 e foi a primeira obra arquitetónica a ser projetada de raiz para um jornal em Portugal.
As Torres das Amoreiras , símbolo da arquitetura dos anos 80 do séc. XX, surgem no topo da Avenida Engenheiro Duarte Pacheco. São consideradas um dos maiores símbolos do período pós-modernista da arquitetura em Portugal e foram projetadas pelo arquiteto Tomás Taveira.
Propomos-lhe que siga em direcção ao Rio Tejo. Em Alcântara, aprecie o Museu do Oriente , antigo armazém de bacalhau, e a LX Factory , um antigo complexo industrial que atualmente serve de base a muitas empresas criativas na área da publicidade, moda, multimédia e arte. Sugerimos também uma passagem pelas Docas, onde armazéns desativados deram lugar a restaurantes, bares e discotecas. Não perca o Pilar Sete , um ponto de interesse que nos leva numa experiência sensorial sobre a construção da ponte 25 de abril.
Seguindo em direção a Belém, aprecie o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, desenhado pelo atelier da britânica Amanda Levete, e o novo Museu dos Coches projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Faça depois uma pausa no Centro Cultural de Belém , obra emblemática da última década do século XX, situada junto ao Mosteiro dos Jerónimos. Pode ainda apreciar o edifício da Fundação Champalimaud , da autoria do arquiteto Charles Correa que alberga um centro clínico e um centro de investigação na área da saúde. Em Algés, poderá apreciar a Torre de Controlo Marítimo projetada pelo arquiteto Gonçalo Byrne.
Maat © Stock Photos Art
Inicie o segundo dia no Terminal de Cruzeiros da autoria do arquiteto Carrilho da Graça e depois siga em direção ao Parque das Nações. Nesta antiga zona industrial reabilitada para a Exposição Universal de 1998, encontramos obras que ficaram para a posteridade como o Pavilhão de Portugal, com a sua impressionante pala desenhada por Siza Vieira, o Pavilhão do Conhecimento de Carrilho da Graça, o Oceanário de Peter Chermayeff e a Estação do Oriente de Santiago Calatrava. Observe ainda a Ponte Vasco da Gama inaugurada em 1998, com um comprimento total superior a 12 km.
Regresse ao centro de Lisboa e conheça uma área construída em meados do século XX e então designada como “Avenidas Novas”. Visite a Igreja de São João de Deus e bem perto aprecie o monumental conjunto formado pela Alameda D. Afonso Henriques e o Instituto Superior Técnico da autoria de Pardal Monteiro. Admire ainda outras obras deste arquiteto, como a Biblioteca Nacional e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, com belíssimos vitrais de Almada Negreiros.
No final da tarde visite a Fundação Calouste Gulbenkian, um amplo espaço de cultura e lazer construído nos anos 60. Aprecie o magnífico edifício e aproveite também para ver as exposições, assistir a um espectáculo ou simplesmente passear nos jardins de grande valor paisagístico, da autoria do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Teles, um verdadeiro oásis no meio do bulício citadino.
Sintra - Itinerário Acessível
Perto de Lisboa, Sintra é uma visita obrigatória em qualquer programa turístico, pelo seu valor histórico e cultural e pela beleza surpreendente de uma paisagem que foi classificada Património da Humanidade pela UNESCO.
No centro da vila, pode ser feito um percurso acessível pois as ruas apresentam um pavimento em bom estado de conservação, estável e regular, o que permite a circulação de forma segura e confortável. No entanto, estas zonas recentemente intervencionadas com condições de acessibilidade contrastam com as zonas mais antigas da vila, de ruas estreitas, inclinadas e com piso irregular.
Ao longo do Itinerário Acessível que aqui se apresenta, as passadeiras estão rebaixadas e niveladas, mas não se verifica a presença de pavimentos táteis ou de avisos sonoros. Algumas esplanadas e as caldeiras das árvores obrigarão a um maior cuidado e a desvios pontuais para circular na via destinada a veículos, como acontece nas Avenidas Dr. Alfredo da Costa e Dr. Miguel Bombarda.
Acompanhe este itinerário com o mapa
Centro Cultural Olga Cadaval (1) - Museu das Artes de Sintra (2) - Volta do Duche / Parque da Liberdade (3) - Palácio Nacional de Sintra (4) - Palácio e Quinta da Regaleira (5)
Sugerimos que se inicie o Itinerário Acessível no Museu das Artes de Sintra (2), dedicado à arte contemporânea, instalado no edifício de um antigo casino. Muito perto, o Centro Cultural Olga Cadaval (1) tem uma programação bastante variada de concertos, cinema, teatro e dança que pode ser uma boa opção para um espetáculo ao final do dia.
Museu das Artes de Sintra © José Manuel
Seguindo pela Avenida Heliodoro Salgado, acessível, o miradouro da Estefânia permite apreciar a vista sobre a serra e o vale, com o Palácio Nacional de Sintra e as suas emblemáticas chaminés cónicas ao fundo. Continuando pela Av. Dr. Alfredo da Costa passa-se pela Câmara Municipal de Sintra, à direita, um curioso edifício com pormenores em estilo neomanuelino e neorrenascentista, construído na primeira década do séc. XX para acompanhar a então recente chegada da linha ferroviária.
Volta do Duche, Sintra © José Manuel
O percurso acessível continua pela Volta do Duche, apreciando algumas esculturas de arte contemporânea ao longo do passeio. À direita, vão-se encontrando acessos por escadas para o vale onde se encontra o Museu Anjos Teixeira . Antes de chegar ao centro histórico, também conhecido por Vila Velha, passa-se pela entrada para o refrescante Parque da Liberdade (3). Este espaço público, parcialmente acessível devido à inclinação de alguns caminhos, é ideal para um piquenique ou para uma pausa nos dias quentes de verão.
Sintra © Alan P. / Shutterstock
Um pouco mais à frente, encontra-se uma fonte em estilo neoárabe e no final da Volta do Duche, o News Museum fica à esquerda. Segue-se pela direita até ao centro histórico e à Praça da República, onde se encontra o Palácio Nacional de Sintra (4), antiga casa de verão da família real e local de visita obrigatória em Sintra. Inicialmente construído no séc. XV, foi sendo enriquecido ao longo dos séculos. Entre as salas e quartos que têm sempre uma história para contar, faz-se também uma viagem pela história do azulejo que teve aqui uma das primeiras aplicações em Portugal, durante o séc. XVI. Embora a envolvente seja acessível, a entrada principal tem pequenos lances de escadas e por isso o acesso deve ser feito pela Cozinha Real onde é possível colocar uma rampa. No interior, estão disponíveis diversas soluções de apoio a pessoas com necessidades especiais.
Palácio Nacional de Sintra © Parques de Sintra - Monte da Lua / Luís Duarte
Na praça, as várias esplanadas e cafés convidam a uma pausa e a provar a saborosa pastelaria local, como as queijadas ou os travesseiros. No caso de precisar de informação ou de apoio, pode passar pelo Posto de Turismo, antes de se dirigir ao Palácio e Quinta da Regaleira.
Quinta da Regaleira © Arquivo Turismo de Portugal
Esta parte do percurso é parcialmente acessível, mas vale a pena visitar o Palácio da Regaleira (5). Construído no início do séc. XX por um milionário é um monumento enigmático, em estilo romântico revivalista, com muita simbologia relacionada com a maçonaria que facilmente fascina os visitantes.
Depois do centro histórico, a visita deve continuar pela Serra de Sintra e pelo conjunto patrimonial dos “Parques de Sintra”, constituídos pelo Palácio e Parque da Pena, Chalet da Condessa d’Edla, Castelo dos Mouros e Palácio e Parque de Monserrate. Para fazer o percurso está disponível um autocarro elétrico acessível que garante a ligação entre os vários pontos de visita, onde existem profissionais qualificados e formados em atendimento de pessoas com mobilidade condicionada e necessidades especiais. Estão ainda disponíveis diversos equipamentos de apoio à visita, como o Swisstrac, para facilitar a autonomia em cadeira de rodas, o Serviço Serviin de vídeo chamada com um intérprete de Língua Gestual Portuguesa e a aplicação Talking Heritage, onde se disponibiliza informação com conteúdos áudio e em língua gestual (ver detalhe no separador “Informações Úteis”, no topo da página). Em Monserrate, o turista terá ainda disponível uma maquete tridimensional tátil do palácio.
Elvas - Itinerário Acessível
Sendo a maior fortificação abaluartada do mundo, Elvas teve um papel importante ao longo da História na defesa da fronteira de Portugal, o que justificou a sua classificação como Património da Humanidade. As muralhas de diversas épocas e as curiosas fortificações em estrela são os principais pontos de interesse no conjunto que integra também o grande Aqueduto da Amoreira, de finais do séc. XV, um imponente ex-libris da cidade, que surpreende quem chega pela estrada de Estremoz.
Pelas suas características históricas, a cidade de Elvas tem muitas condicionantes de acessibilidade, sendo possível fazer um itinerário turístico apenas parcialmente acessível. Na maioria das ruas, o pavimento de empedrado irregular dificulta a mobilidade, assim como a inclinação de algumas ruas de acesso aos principais pontos de interesse, como por exemplo ao Castelo, na parte mais alta da cidade.
Ao longo do percurso, os passeios permitem a passagem de pessoas com mobilidade reduzida, apesar de apresentarem dimensões variáveis, obrigando pontualmente à circulação na faixa de rodagem. Para além disso, é frequente encontrar ruas sem passeio e por isso recomenda-se a adoção de uma circulação atenta.
Acompanhe este itinerário com o mapa
Castelo de Elvas (1) – Igreja da Ordem Terceira de São Francisco (2) – Igreja das Domínicas (3) – Igreja de Nossa Senhora da Assunção (4) – Praça da República (5) – Torre Fernandina (6) – Museu de Arte Contemporânea (7) – Museu de Fotografia João Carpinteiro (8) – Igreja de São Domingos (9) – Museu Militar de Elvas (10)
Elvas © John Copland | Shutterstock
Miradouro de referência no ponto mais alto da cidade, o Castelo de Elvas (1), construído nos séc. XII-XIV, será o início de um percurso parcialmente acessível. Muito próximo deste Monumento Nacional, classificado em 1906, fica a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco (2). O revestimento a painéis de azulejo com cenas da vida de São Francisco e o trabalho de talha seiscentista do altar-mor e das capelas laterais, da autoria de um artista local, é notável e justifica uma visita. O acesso é feito através de uma rampa e a circulação anterior é garantida por espaços amplos e sem barreiras relevantes.
Para continuar o itinerário, apesar da irregularidade do pavimento, é possível descer a rua junto à muralha, até à Igreja das Domínicas (3), no Largo 1º de Dezembro, onde se pode também ver o curioso pelourinho trabalhado em estilo manuelino. A Igreja, do séc. XVI, tem uma planta octogonal, onde se destaca a decoração composta por painéis de azulejo e talha dourada do séc. XVII, assim como um miradouro com vista sobre uma parte da cidade antiga. A entrada é feita por degraus, o que torna a igreja inacessível a pessoas em cadeira de rodas.
Praça da República, Elvas © Turismo do Alentejo
Em poucos minutos, chega-se à Praça da República, o centro de Elvas. É um espaço amplo e acessível, onde se pode visitar a antiga Sé, a Igreja de Nossa Senhora da Assunção (4). Foi construída no séc. XVI segundo o traço do arquiteto régio Francisco de Arruda, que também desenhou o impressionante Aqueduto da Amoreira. A capela mor, em mármore de várias cores, é um trabalho do séc. XVIII que merece referência, para além do órgão em talha dourada. A longa escadaria da entrada dificulta o acesso, mas o interior é amplo.
Aqueduto da Amoreira, Elvas © Dimdok | Shutterstock
A partir daqui, poderá continuar o percurso pela Rua da Cadeia, onde se situa a Torre Medieval (6). Também conhecida por Torre Nova ou Torre Fernandina, no seu interior é possível ver uma exposição sobre as fortificações de Elvas e a sua importância ao longo da História de Portugal. A Torre tem 3 pisos a que se acede por uma escada em caracol e por isso é inacessível a pessoas com mobilidade condicionada.
Na mesma rua, no outro passeio, vê-se o edifício do Museu de Arte Contemporânea de Elvas (7), onde se pode admirar a importante Coleção particular de António Cachola. Constituída por três centenas de obras de artistas portugueses nas áreas da pintura, desenho, escultura, instalação, fotografia e vídeo, é uma referência na arte portuguesa. O espaço é acessível, e mediante marcação prévia, disponibilizam-se visitas guiadas e atividades destinadas a pessoas com necessidades especiais.
Convento de São Domingos, Elvas © Turismo do Alentejo
Seguindo pelas acessíveis Rua da Cadeia e Rua da Carreira, será necessário ultrapassar as dificuldades de continuar por duas ruas de pavimento irregular até ao singular Museu da Fotografia (8), onde se pode ver uma interessante coleção do Dr. João Carpinteiro, doada à Câmara Municipal. A exposição retrata a história da fotografia com referências particulares a Elvas, complementada por um laboratório de revelação, uma zona de tratamento de peças e uma biblioteca.
Por fim, chega-se a uma das pontas da estrela fortificada de Elvas, à Igreja de São Domingos (9) e ao Museu Militar de Elvas (10), onde poderá saber mais sobre a importância estratégica desta cidade de fronteira.
Forte de Santa Luzia, Elvas © Christophe Cappelli | Shutterstock
Localizados a cerca de 2km da área analisada no Itinerário Turístico Acessível de Elvas, fora das muralhas da cidade e a completar a Praça Forte de Elvas classificada Património Mundial, há ainda que referir o Forte de Santa Luzia, um dos mais genuínos exemplos de fortificações europeias construído durante o século XVII, e o Forte de Nossa Senhora da Graça, um exemplo notável da arquitetura militar do séc. XVIII, construído num local estratégico, a norte, onde havia uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Graça. Para chegar a estes locais, aconselha-se ao turista com limitações motoras que se desloque através de automóvel. À entrada, existem diversos lugares destinados a pessoas com mobilidade reduzida e as áreas envolventes são pedonais e regulares, com pavimento em terra batida, porém com ligeiras inclinações.
Bragança - Itinerário Acessível
No norte de Portugal, Bragança foi um importante ponto de defesa da fronteira portuguesa ao longo da história. Dentro das muralhas preservadas desta cidade de origem medieval, destaca-se ainda a torre de menagem do Castelo, que proporciona uma vista surpreendente sobre a paisagem envolvente. Para ajudar a organizar melhor a visita aos vários pontos de interesse, sugerimos um itinerário, onde se encontram indicadas as condições de acessibilidade.
Acompanhe este itinerário com o mapa
Jardim da Avenida João da Cruz (1) – Pólis de Bragança (2) – Praça da Sé (3) – Antiga Sé Catedral (4) – Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (5) – Praça do Mercado (6) – Igreja da Misericórdia (7) – Igreja de Santa Clara (8) – Museu Abade de Baçal (9) – Igreja de São Bento (10) – Porta da Vila (11) – Museu Ibérico da Máscara e do Traje (12) – Castelo de Bragança (13) – Domus Municipalis (14) – Igreja de santa Maria (15)
No centro histórico e nos espaços verdes da cidade de Bragança, o pavimento encontra-se em bom estado de conservação permitindo uma circulação estável e confortável a pessoas com necessidades especiais. No entanto, algumas ruas, como a Rua Almirante Reis e a Rua Emídio Navarro, apresentam alguma inclinação e obrigam a um maior esforço do turista.
Braganca ©Turismo do Porto e Norte
Na área envolvente do Castelo, o pavimento é constituído sobretudo por pedras de xisto que tornam o pavimento irregular e as ruas, sem passeios, são ligeiramente inclinadas, sobretudo nos acessos ao interior da cidadela, como se constata nas ruas Serpa Pinto e Santo Condestável. Por estes motivos, esta parte do itinerário é considerado parcialmente acessível e recomenda-se a adoção de uma atitude atenta aos veículos e aos obstáculos.
A Avenida João da Cruz, que termina no Jardim (1) do mesmo nome, é uma das artérias principais de Bragança e pode ser o início do Itinerário Acessível. É uma área ampla que dá acesso também às margens do Rio Fervença, com passadiços e espaços verdes, zona conhecida por Pólis (2), por ter sido integrada nesse programa de requalificação urbana. Neste percurso, seguimos pela acessível Rua Almirante Reis, passando por um quarteirão parcialmente acessível até chegar à Praça da Sé (3).
Praça da Sé, Bragança © Câmara Municipal de Bragança
A Igreja da antiga Sé de Bragança (4) é um edifício, do séc. XVI, em estilo renascentista, com elementos decorativos barrocos de interesse. Embora a praça seja acessível, o acesso ao interior é feito través de dois pequenos degraus. A 5 minutos, fica o Centro de Arte Contemporânea de Graça Morais (5), dedicado à pintora portuguesa, mas com um programa diversificado de exposições temporárias. O edifício, já premiado, foi recuperado segundo um projeto do arquiteto Eduardo Souto de Mora. Mesmo ao lado, o recente Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano mostra como a comunidade judaica se estabeleceu e viveu nesta zona de fronteira.
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais © Câmara Municipal de Bragança
Continuando pela Rua Abílio Beça, também conhecida como sendo a rua dos museus, passamos perto da Igreja da Misericórdia (7) e da Igreja de Santa Clara (8), ambas com interesse artístico, mas com entradas inacessíveis e barreiras no seu interior. Seguimos em direção ao Museu do Abade de Baçal (9). Com condições de acessibilidade asseguradas, está instalado no edifício do antigo Paço Episcopal, do séc. XVIII, que era a residência oficial dos bispos durante metade do ano, numa altura em que a diocese era partilhada pelas cidades de Bragança e Miranda do Douro. A sua criação, em 1915, deveu-se ao interesse, gosto e investigação histórica da região nordeste pelo Padre Francisco Manuel Alves. Na mesma rua, mais à frente, encontra-se a Igreja de São Bento (10).
Museu do Abade de Baçal © Câmara Municipal de Bragança
O itinerário segue pela Porta da Vila, entrando na cidadela onde se encontram alguns dos monumentos mais emblemáticos de Bragança. Ao entrar no núcleo urbano mais antigo, somos recebidos pelo curioso pelourinho assente na representação de um berrão que lembra as origens celtas da região. As tradições locais estão bem representadas no Museu Ibérico da Máscara e do Traje (12) que vamos encontrar a caminho do castelo.
Na alta Torre de Menagem (13), que servia de vigia na Idade Média, encontra-se agora instalado o museu militar que nos conta a história desta cidade muralhada com um papel importante na estratégia de defesa do território. No topo, a vista sobre a paisagem envolvente é surpreendente. No entanto, as escadas de acesso aos vários pisos impedem a circulação de pessoas com mobilidade reduzida.
Saindo da torre, encontramos a curiosa Domus Municipalis (14), onde se reuniam os homens-bons do concelho. Este tipo de edifício era habitualmente construído em madeira, mas o facto de ser em pedra contribuiu para que fosse preservado ao longo do tempo, tornando-o num exemplo único da arquitetura civil românica. O interior é amplo, mas os degraus e o solo irregular dificultam uma visita autónoma.
Domus Municipalis © Turismo de Portugal
A terminar o percurso, há ainda tempo para visitar a Igreja de Santa Maria (15), a mais antiga de Bragança, de origem românica. As intervenções nos séculos seguintes concederam-lhe as expressões renascentistas e barrocas que vemos atualmente. Assim como os outros monumentos da mesma época, a entrada é feita por pequenos degraus. O interior é amplo com a presença de barreiras pontuais.
Depois da visita a Bragança, nas proximidades vale ainda a pena visitar o Parque Natural de Montesinho e passar por Rio de Onor, uma aldeia comunitária que vive em harmonia, meia portuguesa, meia espanhola.
Aveiro - Itinerário Acessível
Desde há muitos séculos com uma história ligada ao mar e às atividades piscatórias, Aveiro tem um ambiente caraterístico que se deve aos três canais da Ria, que entram cidade adentro, criando eixos de referência e uma divisão natural entre os bairros mais antigos e mais recentes. Para a visitar, propomos um Itinerário Acessível por vários pontos de interesse, que poderá complementar com um passeio na ria num dos coloridos moliceiros tradicionais, descobrindo e apreciando uma perspetiva diferente da cidade.
Acompanhe este itinerário com o mapa
Jardim do Lago da Fonte Nova (1) – Sé Catedral de Aveiro (2) – Museu de Santa Joana (3) – Igreja da Misericórdia (4) – Praça da República (5) - Teatro Aveirense (6) – Jardim do Rossio (7) – Museu de Arte Nova de Aveiro (8) – Praça do Peixe (9) – Igreja da Vera Cruz (10) – Capela de São Gonçalinho (11) – Parque Infante D. Pedro (12) – Igreja de São Francisco (13) – Universidade de Aveiro (14) – Museu da Cidade de Aveiro (15)
A cidade de Aveiro é praticamente plana e o pavimento encontra-se em bom estado de conservação, permitindo uma circulação regular, estável e segura. A comprová-lo, o facto de a bicicleta ser um meio de transporte muito utilizado, o que motivou a Câmara Municipal a disponibilizar um sistema de bicicletas públicas gratuitas.
© Turismo Centro de Portugal
No centro histórico, as passadeiras têm avisos sonoros e sinalização luminosa vertical. Pontualmente, os passeios têm ausência de rebaixamento ou o pavimento é feito em paralelo de basalto, provocando trepidação e irregularidade no momento de atravessar. Por toda a cidade, em particular nas ruas pedonais, a presença de esplanadas é frequente, obrigando a uma circulação mais atenta. Numa cidade tão acessível para circular, verifica-se, no entanto, que os edifícios e os estabelecimentos comerciais frequentemente têm degraus na entrada o que dificulta o acesso a quem se desloca em cadeira de rodas.
Propomos um itinerário que começa acompanhando a margem direita do Canal Central da Ria, no Jardim do Lago da Fonte Nova (1), um espaço amplo, em frente do edifício emblemático do Centro de Congressos de Aveiro, instalado numa antiga fábrica de cerâmica.
Sé Catedral de Aveiro © Sergio Gutierrez Getino | Shutterstock
Seguindo pela Avenida 5 de Outubro, iremos encontrar a Sé Catedral (2), onde não haverá dificuldade em entrar. No interior, de referir os exemplos de arte sacra do altar mor e das capelas laterais, produzidos entre os séculos XVI e XVIII. Passando, no adro exterior, por um cruzeiro gótico do séc. XV vemos, do outro lado da rua, o Museu de Aveiro (3). Está instalado no antigo Convento de Jesus, onde viveu Santa Joana Princesa, entre 1472 e 1490, uma figura incontornável na história da cidade, filha do rei Afonso V. A área conventual merece a visita, assim como o museu, com coleções de Pintura, Escultura, Talha, Azulejo, Ourivesaria e Têxteis, dos séculos. XIV-XV ao séc. XIX, provenientes de conventos extintos de Aveiro e de outras regiões do país.
Universidade de Aveiro © Turismo Centro de Portugal
Se continuasse na avenida do Museu de Aveiro, que aí toma o nome de Avenida Santa Joana, iria encontrar o Parque Infante D. Pedro (12), a Igreja de São Francisco (13) e os edifícios contemporâneos do Campus Universitário de Aveiro (14), da autoria de vários arquitetos de referência como Siza Vieira, Souto de Moura, Alcino Coutinho, Carrilho da Graça, e Gonçalo Byrne. No itinerário sugerido, seguimos para a Praça da República (5), revestida a calçada portuguesa, regular e sem desníveis, permitindo uma circulação estável. Pode ir pela Rua do Batalhão de Caçadores, acessível, mas um pouco inclinada, ou por ruas mais secundárias como a Rua dos Combatentes da Grande Guerra. Antes de chegar à passagem para a outra margem, passará perto da Igreja da Misericórdia (4). O interior com revestimento azulejar barroco é interessante, mas a escadaria da entrada dificulta o acesso.
Aveiro © Emanuele Siracusa
Passando a ponte sobre o Canal Central, encontramos o Jardim do largo do Rossio (7), ideal para descansar, fazer uma pausa, apreciar a ria, iniciar um passeio de moliceiro ou mesmo almoçar, pois encontra muitos restaurantes na envolvente e próximo do Mercado do Peixe (9).
Ainda no Jardim do Rossio, na Rua Dr. Barbosa Magalhães, poderá visitar sem dificuldade o Museu de Arte Nova de Aveiro (8), dedicado a um estilo decorativo a que não se ficará indiferente quando se passeia na cidade. Repare nas fachadas de azulejo, na decoração dos frisos ou nos trabalhos de ferro forjado das janelas e varandas. Continuando a acompanhar a ria, seguindo pela Rua João Mendonça, encontra o Museu da Cidade de Aveiro (15), com condições de acessibilidade garantidas. De visita imprescindível para quem quiser saber mais sobre a história da cidade, também propõe percursos em Aveiro, prolongando a experiência do museu em passeios pela cidade.
Cais dos Botirões © Emanuele Siracusa
Em alternativa, poderá voltar ao Jardim do Rossio, entrando no bairro da Beira Mar onde fica o Cais dos Botirões, um dos outros canais de Aveiro. Nesta área, a acessibilidade é parcial obrigando a circular na faixa de rodagem, juntamente com os veículos e, por isso, recomenda-se a adoção de uma atitude preventiva e atenta.
Nas proximidades, fica a Capela de São Gonçalinho (11), um santo de grande devoção dos pescadores aveirenses que o celebram numa romaria no início de janeiro. Um dos pontos altos é o momento em que os romeiros pagam as suas promessas, distribuindo cavacas (bolos secos feitos de claras de ovos, farinha e açúcar) pela população que se reúne em volta da capela. No interior, de referir a curiosa planta em hexágono que se repete na sacristia. Não muito longe, encontrará também a Igreja de Vera Cruz (10). O revestimento azulejar e o retábulo de talha do altar mor podem justificar uma visita. No entanto, a entrada é dificultada pela pequena escadaria.
Ovos Moles de Aveiro © Emanuele Siracusa
Para completar a visita à cidade de Aveiro, aprecie a gastronomia local e as especialidades regionais, como a doçaria conventual em que se destacam os ovos moles, que se encontram em todas as pastelarias da cidade.
Viana do Castelo - Itinerário Acessível
À beira do mar, na foz do Rio Lima, Viana do Castelo tem sido reconhecida ao longo da história pela sua importância nas atividades ligadas ao mar, seja pela participação nos Descobrimentos Portugueses dos séculos XV e XVI, seja como porto da pesca do bacalhau que persistiu até aos nossos dias. No geral, é uma cidade com boas condições de acessibilidade, permitindo definir percursos de uma forma inclusiva a todos os que a visitam e uma circulação estável, segura e confortável do turista.
Acompanhe o itinerário com este mapa
Forte de Santiago da Barra (1) – Igreja de Nossa Senhora da Agonia (2) – Igreja de São Domingos (3) – Museu de Artes Decorativas (4) – Navio Gil Eanes (5) – Centro Cultural (6) – Praça da Liberdade (7) – Biblioteca Municipal (8) – Jardim da Marina (9) – Museu do Traje (10) – Praça da República (11) – Antigos Paços do Concelho / Edifício da Misericórdia (12) – Sé Catedral (13) – Igreja da Misericórdia (14) – Basílica de Santa Luzia (15)
Por toda a cidade, o pavimento apresenta-se em bom estado de conservação. O centro histórico, onde se encontra a maior parte dos pontos de interesse, é composto, na maioria, por ruas pedonais, com corredor central em lajes de granito e inclinação reduzida. As passadeiras encontram-se rebaixadas ou niveladas, permitindo uma passagem segura, embora a maior parte não tenha sistemas de sinalização tátil ou sonora. Ainda de referir que, junto ao Rio Lima, nas zonas comerciais e na zona de maior fluxo de trânsito, a estrada é constituída por cubos de granito, o que origina alguma trepidação para quem se movimenta em cadeiras de rodas ou com carrinhos de bebé. À semelhança de outras cidades, as barreiras comercias são comuns, como esplanadas e escaparates à porta das lojas e restaurantes.
Photo: Viana do Castelo © Shutterstock / homydesign
Viana do Castelo tem uma longa frente de rio, muito agradável para passear, mas, no entanto, o turista deverá adotar uma atitude de precaução, devido à ausência de proteções anti queda. Sugerimos um itinerário com início junto ao rio, no Forte de Santiago (1). Protegia a barra no séc. XVI, mas atualmente é um bom miradouro com vista sobre o mar e a cidade ribeirinha. No acesso ao interior, há que ter em atenção o pavimento ligeiramente degradado que provoca alguma trepidação.
Siga pelo Campo da Senhora da Agonia, onde se encontra o Santuário (2), construído no séc. XVII, centro das tradicionais Festas que atraem tantos visitantes a Viana do Castelo durante o mês de agosto. As ruas forradas a tapetes de flores, a Romaria de Nossa Senhora da Agonia, a Festa do Traje, o Desfile dos Gigantones e Cabeçudos, ao ritmo de grupos de bombos, os desfiles no rio e o Fogo de Artifício final são pontos altos de um programa cultural animado, que se prolonga pelo mês inteiro.
Photo: Igreja de São Domingos © C. M. Viana do Castelo
Continue pela Rua General Barbosa, pesando pela Igreja e Convento de São Domingos (3), do séc. XVI, e pelo Museu de Artes Decorativas (4), onde se pode apreciar uma boa coleção de faiança portuguesa antiga, que sobressai entre peças de artes decorativas, pintura e desenho desde o séc. XVI até ao séc. XIX.
Sugerimos seguir até à frente de rio, onde poderá visitar o interessante Navio Hospital Gil Eannes (5), que durante muitos anos deu apoio aos barcos da pesca do bacalhau, recordando igualmente a construção naval da cidade. Neste passeio, passará por exemplos de referência da arquitetura contemporânea, o Centro Cultural (6) da autoria do arquiteto Siza Vieira, a Praça da Liberdade (7) desenhada por Fernando Távora e a Biblioteca Municipal (8), de Eduardo Souto de Moura. O espaço amplo e acessível do Jardim da Marina (9) será uma boa escolha para fazer uma pausa e descansar um pouco antes de prosseguir para o Centro Histórico.
Recomeçamos o itinerário no Museu do Traje (10). A história dos trajes populares usados no durante as festividades de Nossa Senhora da Agonia, em particular no “Desfile da Mordomia”, em que as raparigas desfilam com os seus vestidos tradicionais enriquecidos com fios de ouro em filigrana, um dos mais antigos ofícios, é um aspeto cultural importante na história de Viana do Castelo.
Photo: Praça da República, Viana do Castelo © Shutterstock / Ana Marques
Chegando à Praça da República (11) está no coração da cidade. Com origem no séc. XVI, encontram-se aqui os antigos Paços do Concelho (12) que D. Manuel I mandou construir, a Casa e Igreja da Misericórdia (14), do séc. XVII-XVIII e a Sé Catedral (13), Igreja Matriz de Viana do Castelo, construída no séc. XVI com elementos românicos e góticos, que vale certamente a pena visitar. A ter em atenção que perto da Sé, algumas ruas requerem um esforço maior devido à ligeira inclinação, como é o caso da Rua Gago Coutinho. Passeie-se à vontade e aprecie o ambiente antigo das ruas e dos edifícios de fachadas trabalhadas em pedra.
Quem chegar de comboio, ficará mais perto deste centro histórico e por isso poderá inverter o percurso seguindo sempre as indicações de acessibilidade que encontra no mapa do Itinerário Acessível.
Photo: Basílica de Santa Luzia, Viana do Castelo © João Paulo
Fora do perímetro urbano, a visita à Basílica de Santa Luzia (15), um monumento datado de inícios do séc. XX, é indispensável. Acessível por carro ou de elevador, no topo irá encontrar uma vista deslumbrante sobre a região, razão suficiente para ultrapassar a ligeira trepidação na envolvente do santuário, devido ao pavimento em paralelos de basalto.
Lisboa de elétrico
Os elétricos são o transporte ideal para conhecer alguns dos locais mais interessantes do património histórico e arquitetónico de Lisboa ou simplesmente para passear pela cidade.
O mais conhecido é o Elétrico 28 que faz a viagem entre o Martim Moniz e Campo de Ourique. Embora se possa apanhar em qualquer ponto, o percurso começa no centro histórico, o Largo martim Moniz e dirige-se ao bairro da Graça, continuando para a Igreja de São Vicente de Fora. Segue para Alfama, passando por algumas das ruas e largos mais pitorescos das zonas medievais de Lisboa, como a Rua das Escolas Gerais ou o Largo das Portas do Sol, um miradouro sobre a encosta até ao rio. Daqui chega-se a pé ao Castelo de São Jorge num instante.
Continua em direção à Baixa, passando pela Sé, facilmente identificada pela sua fachada românica, pela Igreja de Santo António e começa a descer pela movimentada Rua da Conceição, uma rua de comércio tradicional conhecida da população lisboeta pelas retrosarias.
Photo: Praça do Comércio © João Paulo
O elétrico segue para a colina do Chiado, parando quase por certo em frente à conhecida Pastelaria A Brasileira. Em todo o percurso, vale a pena reparar na arquitetura dos edifícios que se vão sucedendo, nos azulejos que forram algumas fachadas ou nos pequenos frisos Arte Nova, geralmente rentes ao telhado.
Passando o Largo do Camões, às portas do Bairro Alto, onde se poderá vir mais tarde para jantar e passar uma noite animada, o elétrico volta a descer a colina, desta vez pela Calçada do Combro. Mais à frente, o principal destaque vai para o edifício da Assembleia da República, antigo Convento de São Bento.
Passando depois pela Basílica e pelo Jardim da Estrela, o 28 continua o percurso atravessando Campo de Ourique, um bairro residencial com tradição, para se dirigir ao Largo dos Prazeres, onde se encontra um dos cemitérios da cidade.
Chegamos então ao final da linha, mas o elétrico dá a volta e pode regressar-se da mesma forma ao centro da cidade. Passando pelos mesmos sítios, como a perspetiva é diferente, descobrem-se sempre outros pormenores e motivos de interesse.
O amarelo faz parte da imagem de marca dos elétricos. E o 28 é o mais conhecido e o que vem em todos os guias turísticos. Mas há uma versão a vermelho, histórica, mais confortável e com a visita guiada para não perder nenhum pormenor da viagem.
Outros elétricos, outros percursos
O elétrico 12 faz um percurso circular a partir da Praça da Figueira, pelo Martim Moniz, subindo em direção ao bairro do Castelo. A partir do Largo das Portas do Sol, o percurso é idêntico ao do 28, voltando à Baixa.
Na Baixa, também se pode apanhar o elétrico 15 que vai da Praça da Figueira até Algés e costuma ser um bom meio de transporte para chegar a Belém. Para além do mais, vai ao longo do rio o que torna a viagem mais interessante. Neste caso, trata-se de um elétrico moderno e mais rápido.
No Cais do Sodré, o elétrico 18 faz o percurso até à Ajuda, o bairro que fica acima de Belém. É uma possibilidade em termos de transportes públicos para chegar ao Palácio Nacional da Ajuda, a última residência oficial da família real portuguesa, atualmente transformada em museu.
A partir do Largo do Camões, no Chiado, o elétrico 24 é uma boa opção para quem se dirige a Campolide, passando pelo Príncipe Real, Rato e Amoreiras.
Há ainda o elétrico 25 que faz a ligação entre a Praça da Figueira e o bairro de Campo de Ourique. Pelo caminho, passa pelos bairros de Santos, da Lapa e pela Basílica da Estrela. É um trajeto possível para quem desejar visitar o Museu Nacional de Arte Antiga. Nesse caso deve-se sair na paragem de “Santos” e andar uns minutos a pé.
Photo: Elevador da Glória
Existem ainda 3 ascensores e um elétrico, considerados Monumentos Nacionais, que ajudam a subir as colinas da cidade. Nos Restauradores, pode-se apanhar o Elevador da Glória para mais rapidamente chegar ao Bairro Alto, ao Príncipe Real e ao miradouro do Jardim de São Pedro de Alcântara. Do outro lado da Avenida da Liberdade, a meio da paralela Rua das Portas de Santo Antão, o Elevador do Lavra sobre até ao Jardim do Torel. Já perto do Chiado, o Elevador da Bica faz a ligação entre dois bairros antigos que são referência na noite de Lisboa, o Bairro Alto e o Cais do Sodré.
Uma das atrações de Lisboa, no coração do centro histórico, é o Elevador de Santa Justa, um excelente miradouro sobre a Baixa. Obra de referência da arquitetura do ferro em Portugal, foi construído no início do séc. XX (1902), pelo francês Raoul Mesnier de Ponsard, um discípulo de Eiffel.
Para mais informações sobre os percursos e as tarifas, consultar www.carris.pt.