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Sugestões

Fado, Música do Mundo

Um xaile, uma guitarra, uma voz e muito sentimento. Símbolo reconhecido de Portugal, esta simples imagem pode descrever o Fado, uma música do mundo que é portuguesa.

Na sua essência, canta o sentimento, os desgostos de amor, a saudade de alguém que partiu, o quotidiano e as conquistas. Afinal, os encontros e desencontros da vida são um tema infinito de inspiração. Estilo que valoriza acima de tudo a atuação da voz, que dá cor ao repertório cantado, traz ao mesmo fulgor o intérprete, os músicos e o ouvinte.

Dizem que o fado é o fado, vem de dentro da alma portuguesa e não há divisões a fazer. Mesmo assim, há quem arrisque a distinguir entre profissional e amador. O primeiro é cantado por quem faz da voz a sua forma de vida. O segundo, também conhecido como vadio, tem outras características, embora a natureza saudosista seja a mesma. De novo aparecido nos bairros populares de Lisboa, o fadista nunca é convidado... convida-se a si próprio e não tem repertório estabelecido.

Esta espontaneidade remonta a meados do século XIX, os inícios do fado, que se pautavam pela transgressão, em ambientes frequentados pelas margens da sociedade. Foi nesta fase que nasceu a narrativa mais célebre da história do fado, sobre a relação entre o Conde de Vimioso e Maria Severa Onofriana (1820-1846), uma cantadeira famosa da época. O casal esteve na raiz de um célebre romance (A Severa, 1901), até hoje adaptado em vários meios.

As casas de fados concentraram-se nos bairros históricos de Lisboa, principalmente no Bairro Alto, a partir dos anos 30. A partir daí, a reputação deste género musical muito português escalou e foi na década de 50 que o prestígio de Amália Rodrigues se cristalizou, figura-bandeira do Fado. 

A canção que teimava em não se calar viu nos anos 80 o seu lugar assegurado no espaço público, enquanto património nacional, altura em que se renovava o interesse popular. Em 2011, o Fado, símbolo identitário da capital e do país, foi classificado pela UNESCO como Património da Humanidade.

Para mergulhar neste mundo, nada como visitar o Museu do Fado, situado em Alfama, simbólico e resistente bairro histórico de Lisboa. A partir de um vasto espólio, fruto de centenas de doações, é possível conhecer a história do fado desde o primeiro quartel do século XIX até à atualidade. Também em Lisboa, perto da Madragoa, fica a casa onde viveu a grande Amália, falecida em 1999, hoje transformada em museu. A mais carismática das fadistas tem aqui o seu derradeiro tributo. A si se deve a imagem de marca da fadista: o clássico vestido preto, adornado com xaile.


Ericeira, Reserva de Surf

O percurso ao longo do mar a norte de Lisboa é um dos passeios mais apreciados da costa portuguesa. Pelo caminho encontram-se boas surpresas, como a Ericeira, uma vila de pescadores com muita tradição ligada ao mar, reconhecida atualmente como uma das reservas de surf do mundo.

No mar, o trabalho diário dos pescadores tem apenas par na dedicação e presença habitual dos surfistas e bodyboarders que aqui encontram um refúgio especial. O campeão nacional Tiago Pires e muitos outros surfistas nasceram aqui e deram a conhecer esta pequena vila do concelho de Mafra que atualmente integra campeonatos mundiais como o WSL World Surf League Tour e o Quik Silver Pro Portugal.

As caraterísticas do mar e da costa, em que altas arribas alternam com pequenas enseadas de areal, a preservação de habitats naturais mediterrânicos e a cultura do surf que se vive fazem da Ericeira um destino procurado por surfistas de todo o mundo.

A área de costa que foi considerada pela organização norte americana Save the Waves Coalition como a 1ª reserva de surf da Europa e a 2ª do mundo tem 8 km e inclui praias que são uma referência em todo o mundo para a prática deste desporto, como as de Ribeira de Ilhas, a Baía dos Dois Irmãos, conhecida pela comunidade por Coxos, a praia da Empa, em frente à vila e a praia de São Lourenço.

A diversidade de ondas permite ter vários graus de dificuldade e, por isso, condições de excelência para a prática de desportos de prancha, sejam profissionais ou iniciados. As ondas mais desafiantes são a Pedra Branca, Reef, Ribeira d’Ilhas, Cave, Crazy Left, Coxos e São Lourenço. Para quem quiser iniciar-se na adrenalina dos desportos de mar, existem diversas empresas com aulas de surf que poderão ajudar a fazer as primeiras ondas ou a aperfeiçoar a técnica.

No entanto, quem chega à vila, não precisa de ser surfista para se sentir em casa. De ruas estreitas e ambiente acolhedor, o espírito de praia e férias sente-se todo o ano na Ericeira, pronta a receber visitantes de todo o mundo.

As praias perto da vila ou a da Foz do Lizandro, mais afastada, são mais abrigadas e por isso adequadas para famílias com crianças. Pode também fazer-se pequenos passeios pelas proximidades e visitar a Aldeia Típica de José Franco, uma aldeia miniatura em barro existente na localidade de Sobreiro, e o Convento de Mafra que inspirou o Nobel da literatura José Saramago no “Memorial do Convento”. Muito perto, na Tapada Nacional de Mafra, mandado construir pelo rei D. João V, para si e para a sua corte, após a construção do convento, no séc. XVIII, é atualmente um espaço lúdico em que se podem observar gamos, veados, javalis e outras espécies de fauna selvagem a viver em liberdade.

Outra sugestão de visita ligada à proteção da natureza é o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, na Malveira, dedicado a uma espécie em vias de extinção, habitualmente considerada perigosa.

Um dos maiores atrativos desta região é a sua gastronomia, repleta dos tradicionais sabores do mar. O peixe fresco grelhado é obrigatório mas o marisco também é muito apreciado, em particular as lagostas, que são criadas em viveiros de mar na Ericeira.


Bragança

Não deixe de…
  • fazer percursos a pé ou de BTT nos trilhos assinalados no Parque Natural de Montesinho, ou o percurso de automóvel também assinalado
  • visitar a região por ocasião da Feira de Fumeiro de Vinhais, que se realiza no segundo fim-de-semana do mês de Fevereiro

Situada no extremo nordeste de Portugal, Bragança é uma antiga cidade cujo castelo mantém ainda um núcleo urbano medieval dentro das muralhas.

Entrando na cidadela ou praça de armas pela Porta da Vila, logo encontramos o Pelourinho, assente num berrão lusitano que lembra as origens celtas da região. Na gigantesca Torre de Menagem, que na Idade Média vigiava as fronteiras, o museu militar conta também a história do castelo, mandado construir por D. João I sobre fundações do anterior que o 1º rei de Portugal, Afonso Henriques, edificara. Do último piso desfruta-se de excelente a vista sobre a cidade e a vastidão do horizonte de montanhas que a envolvem. Na cidadela encontramos ainda a Igreja de Santa Maria e a Domus Municipalis, exemplar único de arquitetura civil românica existente em Portugal, onde se reuniria o senado da cidade.

Fora das muralhas, a cidade expandiu-se para Oeste, conservando casas nobres e monumentos como a Sé Catedral, a Igreja de São Vicente, a Capela da Misericórdia ou a Igreja de Santa Clara. No antigo paço episcopal, está instalado o Museu Abade de Baçal com um valioso acervo, enquanto o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais apresenta obras desta conceituada pintora contemporânea e outras coleções de artes plásticas.

Nos arredores de Bragança fica a igreja de Castro de Avelãs, que recebia os peregrinos de Santiago durante a Idade Média, e aldeias antigas que ainda hoje mantêm tradições comunitárias, como no lagar de azeite e do vinho ou no forno do pão. Encontram-se sobretudo dentro do Parque Natural de Montesinho, uma zona de natureza preservada que vale a pena visitar. Na aldeia que dá nome ao Parque fica um núcleo de interpretação, enquanto em algumas aldeias existem museus rurais sobre as práticas comunitárias da região. As aldeias de Guadramil e Rio de Onor são duas das mais bem preservadas. A fronteira entre Portugal e Espanha atravessa a aldeia de Rio de Onor, que se situa assim em ambos os países.


Enoturismo

Não deixe de…
  • durante os meses de setembro e outubro, participar nas vindimas, fator de grande atração turística das unidades de enoturismo
  • visitar as aldeias vinhateiras na região do Porto e Douro
  • provar o vinho e adquirir uma garrafa no Solar do Alvarinho, em Melgaço, na região dos Vinhos Verdes
  • descobrir os diversos museus dedicados ao vinho que existem de norte a sul de Portugal

Portugal é um país de forte tradição vitivinícola, e a excelente qualidade dos seus vinhos tem reconhecimento em todo o mundo, sendo numerosos os prémios e distinções conquistados em concursos internacionais. E para os apreciar e conhecer, nada como visitar as regiões onde se produzem, sendo o enoturismo um excelente pretexto para descobrir também as paisagens, o património, a cultura e as gentes que aqui vivem.

O Douro e o Alentejo são as regiões onde se concentra o maior número de espaços dedicados ao enoturismo, mas um pouco por todo o país, incluindo o Algarve, há unidades de produção vinícola que recebem visitantes, seja para conhecer as vinhas, a adega, provar os vinhos e, porque não, pernoitar e conhecer a região em redor?

É na região do Alto Douro Vinhateiro, criada em 1756, que se produz o vinho do Porto, desde sempre destinado à exportação. Não admira pois que aqui haja uma tradição secular de receber visitantes e de com eles partilhar o melhor da região. Desde logo a soberba paisagem do vale do Douro, onde o homem construiu socalcos para plantar vinha nas encostas duma região de solos agrestes. Deu lugar a uma paisagem classificada pela Unesco como Património Mundial, povoada de quintas tradicionalmente ligadas ao vinho. Com possível entrada pelo Porto, onde ficam as Caves do Vinho do Porto, uma boa maneira de descobrir a região é a bordo dum cruzeiro, que permitirá visitar alguns dos locais mais emblemáticos ligados á produção dos excelentes vinhos do Douro e do Porto.


A fundação de Portugal começou pelo norte, berço das mais antigas famílias nobres que ajudaram os nossos reis na conquista do território. Por este motivo, no norte, onde se produzem os vinhos verdes, encontramos inúmeros solares e casas senhoriais que, junto com os seus brasões, ostentam a mais aristocrática hospitalidade. Podemos instalar-nos em casas e quintas onde nos esperam provas de vinhos e outras experiências, como a visita a outros elementos do seu património. Nesta região ficam cidades históricas como Braga, Guimarães, Viana do Castelo e muitas outras, no litoral ou no interior, algumas delas à beira de rios que lhes acrescentam frescura e fascínio.

Na região Centro encontramos cidades patrimoniais como Viseu, Coimbra - recentemente incluída na lista do Património Mundial - Aveiro na costa, e ainda outros locais de charme como o Buçaco e termas centenárias. Também encontramos excelentes unidades de Enoturismo, algumas propriedade de antigas caves portuguesas, embora todas elas tenham acompanhado as atuais tendências de produção vínica e disfrutem dos mais modernos métodos de produção. São casas bem apetrechadas, que tiram partido da antiguidade do seu legado histórico, por vezes até com núcleos museológicos.

O Alentejo é uma região fértil em unidades de enoturismo, não fosse esta uma região onde se encontram vários dos principais produtores nacionais e a sua qualidade é apreciada em todo o mundo, tendo sido considerada como a melhor região vinícola do mundo para visitar em 2014 pelos leitores do conceituado jornal americano USA Today.  A vinha corre ao longo de extensas planícies e acompanha olivais e florestas de montado. É nesta paisagem de vastos horizontes que se inserem quintas e herdades produtoras de vinho com créditos firmados também na hospitalidade e na gastronomia por que são conhecidas. Com centro em Évora, outra cidade do Património Mundial que nos deixa encantados pela beleza e placidez do seu casco histórico, também nestas herdades podemos participar nas vindimas e observar as diferentes etapas de elaboração de um vinho. Também destaque especial merece Reguengos de Monsaraz, que em 2015 foi a cidade europeia do vinho e propõe muitas iniciativas a não perder como observações astronómicas com provas de vinhos, colheita de uvas para a criação de um vinho comemorativo, provas temáticas e jantares enogastronómicos.

Do outro lado do Atlântico destaca-se o Vinho Madeira que nos mais variados pontos do globo ganhou fama e prestígio, um verdadeiro “tesouro” que já no século XVIII era apreciado por reis, príncipes, generais e exploradores. Entre as castas utilizadas para o Vinho Madeira são de salientar as Sercial,  Boal, Verdelho, Tinta Negra e Malvasia, esta última representando o vinho doce, encorpado, de perfume intenso e cor vermelha. As vinhas, dispostas em socalcos sustentados por paredes de pedra, fazem lembrar escadarias, que nalgumas partes da ilha ligam o mar à serra em paisagens deslumbrantes.

Em suma, existe em Portugal, uma oferta muito qualificada de enoturismo, frequentemente associado ao turismo rural e a hotéis de charme em localizações privilegiadas. Além dos vinhos, podemos desfrutar de outros produtos de produção própria, como os frutos e compotas, queijos, azeites, doçaria artesanal e a própria gastronomia local. Muitas vezes de aspeto tradicional, não nos deixemos enganar pois trata-se de hotéis contemporâneos e de adegas e caves que investiram em avançada tecnologia, algumas com assinatura de reputados arquitetos nacionais.

Saiba mais em Enoturismo em Portugal - Portuguese Wine Tourism


Descobrir Sintra

Não deixe de…
  • comer uma queijada e um travesseiro
  • passear pela vila
  • subir a serra de charrete
  • apreciar a vista do Palácio da Pena
  • fazer um passeio pedestre

Sintra, o Monte da Lua, é um daqueles lugares cheios de magia e mistério onde a natureza e o Homem se conjugaram numa simbiose tão perfeita, que a UNESCO o classificou como Património da Humanidade.

Itinerário para um dia
Manhã
Qualquer que seja o plano, começar no centro histórico com um pequeno-almoço revigorante, a antecipar um dia em pleno é sempre uma boa sugestão.

Logo na praça principal, vemos o Palácio da Vila com as suas duas chaminés cónicas, tão caraterísticas, que servirão de bússola para voltar a este ponto de encontro. Datado de finais do século XIV, foi a estância de veraneio de muitos reis ao longo da História de Portugal. Cada sala é decorada de forma diferente e tem uma história a saber, para além de o interior ser uma surpresa pois é um verdadeiro museu do azulejo, com aplicações desde o séc. XVI, do início da sua utilização em Portugal.

Depois de um passeio ao acaso pelas ruelas estreitas e pelas lojas de produtos regionais, sugerimos uma visita ao Palácio e Quinta da Regaleira. É um palácio do séc. XIX, embora pareça ser mais antigo, com uma decoração que impressiona, rica em simbologia maçónica. Muito perto da entrada da Regaleira, fica Seteais, um palácio do séc. XVIII atualmente transformado em hotel. Vale a pena entrar nos jardins e ir até ao miradouro, de onde se vê o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros e o mar ao longe...

Antes de começar a subir a serra, será melhor almoçar e optar por um bom restaurante na vila ou fazer um piquenique no Parque dos Castanheiros, um parque de merendas cuja entrada se encontra a meio da Volta do Duche.

Tarde
A tarde será dedicada a conhecer a serra e a descobrir os recantos de uma paisagem que é Património Mundial.

Antes de entrar no refúgio botânico do Parque da Pena, passar pelo Chalet da Condessa D’Edla e subir ao Palácio que Richard Strauss apelidou de “Castelo do Santo Graal”, é imperativo passar pelo Castelo dos Mouros. É um testemunho da presença islâmica na região, construído entre os séculos VIII e IX e ampliado depois da Reconquista.

No topo, fica um dos palácios mais românticos de Portugal, o da Pena, uma reconstituição fantasiosa e revivalista, ao gosto do romantismo oitocentista, que se ficou a dever à paixão e imaginação do rei artista D. Fernando de Saxe-Coburgo Gotha, consorte de D. Maria II.

Regressando à vila, caso não se tenha feito de manhã, é imperativo entrar numa das pastelarias para saborear as famosas queijadas e os travesseiros, especialidades de eleição para um fim de tarde numa terra de sonho.

E ainda…
Com um dia não ficará tudo visto em Sintra, por isso será preferível ficar mais tempo ou, eventualmente, organizar a visita de outra forma, consoante a disponibilidade.

Para além de outros museus de interesse, merecem grande destaque o Parque de Monserrate, com o seu exótico palácio neogótico, e o Convento dos Capuchos, construído no séc. XVI utilizando cortiça como revestimento dos pequenos espaços, seguindo os preceitos de pobreza da Ordem de São Francisco de Assis, contrastando com os palácios que entretanto se visitaram. A 2 km do convento, fica a Peninha, um dos pontos mais altos da serra e, já a caminho da costa, vale a pena conhecer o Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, com uma importante coleção epigráfica com mais de dois mil anos.

Para quem viajar durante os meses de julho e agosto, será uma oportunidade de assistir aos espetáculos de música clássica e de bailado do Festival de Sintra, que se realizam nos Palácios de Sintra e da Pena e no Centro Cultural Olga de Cadaval

Entre Sintra e Lisboa, seguindo pelo IC19, vale a pena parar no Palácio Nacional de Queluz, sumptuoso palácio do séc. XVIII em estilo “rocaille”. No espaço dos jardins, podemos assistir a uma exibição da Escola Portuguesa de Arte Equestre e apreciar as qualidades dos cavalos lusitanos, criados em Alter, no Alentejo, na antiga coudelaria da casa real.


No país dos azulejos

É difícil não dar por eles, onde quer que se esteja em Portugal. Os azulejos percorrem estilos e linguagens de todos os tempos e enchem de cor qualquer passeio ou visita.

Al-zuleique é a palavra árabe que originou o português azulejo e designava a "pequena pedra lisa e polida" usada pelos muçulmanos, no tempo da Idade Média. A forma como usavam os azulejos para decorar chão e paredes agradou aos reis portugueses e ganharam um lugar privilegiado na arquitetura a partir do século XV. Podemos dizer que Portugal os adotou de forma ímpar, como em nenhum outro país europeu.

Foi no século XVIII que o azulejo "invadiu" igrejas e conventos, palácios e casas, jardins, fontes e escadarias. Com padrões geométricos, contando histórias da vida de santos ou temas profanos como as fábulas de La Fontaine, por vezes legendados como uma versão antiga de banda desenhada, tornou-se um dos principais elementos decorativos portugueses.

Viajar pelo país é visitar um autêntico museu vivo da azulejaria mas é no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, que se pode conhecer de forma única toda a sua história e a evolução técnica e artística, desde os primeiros tempos até à produção contemporânea.

Aproveite para conhecer o Museu e o Convento da Madre de Deus através das exposições e visitas virtuais aqui e aqui.

Em pleno século XXI, o azulejo continua a ser usado com notoriedade pelas correntes mais vanguardistas marcando a arte pública.

Enunciar todos os locais onde se podem admirar seria difícil, mas vale a pena referir alguns em que foram aplicados de forma sistemática ou original. As estações do Metro de Lisboa são todas forradas a azulejo, com obras de artistas portugueses como Vieira da Silva ou Júlio Pomar. Esta ideia passou fronteiras e levou também obras de arte para estações de metro em Bruxelas (Jardin Botanique), Paris (Champs Élysées/Clémenceau), Budapeste (Deák Tér), Moscovo (Belourusskaya) e Sydney (Martin Place).

Por todo o país somos surpreendidos por painéis de azulejo nas antigas estações de comboio, na maior parte das vezes com alusões a costumes, tradições e paisagens das regiões em que estão situadas. Uma das mais notáveis é a de São Bento, no Porto.

Em Aveiro, é histórica a sua utilização nos edifícios em estilo Arte Nova que se encontram no centro da cidade. Um dos ceramistas do séc. XIX mais conhecidos em Portugal, Rafael Bordalo Pinheiro resolveu dar-lhes volume e construiu padrões com representações de insetos e plantas. Foram inovadores na sua época mas ainda hoje são surpreendentes. Podemos vê-los, por exemplo, em Lisboa, no museu que lhe é dedicado, o Museu Rafael Bordalo Pinheiro.

Em Sintra, numa paisagem que é Património da Humanidade, podemos ver no Palácio da Vila uma aplicação genuína da arte da azulejaria ao longo dos séculos, ao gosto dos antigos reis que aí viveram.

A Igreja de São Lourenço, em Almancil, é um exemplo de referência do revestimento azulejar total (paredes e teto) integrado no estilo barroco português, e igualmente um ponto de visita obrigatória do património histórico algarvio.

Mas estes objetos não têm de ficar apenas na memória e nas fotografias. Numa versão mais clássica ou mais moderna, avulso ou em painel, são com certeza uma boa recordação de Portugal para levar para casa ou oferecer a um amigo.


Madeira: Ilhas dos Amores

O arquipélago da Madeira é sinónimo de requinte e sofisticação, lugar ideal para um roteiro preenchido pelo romance.

No Funchal, deixamo-nos encantar pelo colorido do Mercado dos Lavradores, onde flores, legumes e os trajes típicos das vendedeiras compõem um mosaico cheio de vida. A poucos passos de distância, podemos subir ao Monte no teleférico para olhar a baía pintada de iates bailando ao largo. Já no cimo, continuamos o passeio tranquilo pelo soberbo Jardim Tropical Monte Palace.

Em pleno Parque Natural da Madeira, em Ribeiro Frio, é tempo de fazer uma pausa e almoçar em boa companhia, envolvidos pela exuberante paisagem da floresta Laurissilva, que os descobridores da ilha aqui encontraram há mais de cinco séculos.

Antes ou depois, podemos subir ao Pico do Areeiro. No terceiro ponto mais alto da ilha, a 1818m de altitude, namore acima das nuvens com uma vista espetacular, mesmo no coração da Madeira.

Regressamos ao Funchal para uma nova panorâmica, desta vez numa volta de helicóptero. Ou para ver como o sol pinta a Madeira de vários tons de laranja num passeio de barco ao entardecer. Dormir numa antiga quinta de veraneio adaptada ao turismo, é o ambiente certo para viver uma grande paixão.

Para o segundo dia, um minicruzeiro ao Porto Santo é a melhor sugestão para um momento especial. Neste refúgio atlântico, um passeio pela praia de areias douradas servirá para descobrir o caráter único da ilha. Este paraíso de calma e paz é o ideal para experimentar um programa de relaxamento na Clínica de Talassoterapia.

Na Ponta da Calheta, a vista sobre a praia é um excelente cenário para almoçar e brindar aos bons momentos. A descoberta do Porto Santo continua até ao extremo oeste desta pequena ilha e subindo ao Miradouro das Flores. A perspetiva da Madeira flutuando ao longe como um jardim em pleno mar, é o remate perfeito para estes dias de sonho.


Herança Judaica

Não deixe de…
  • conhecer no Museu Arqueológico de Lisboa a Pedra de Monchique, epígrafe em hebraico proveniente da Judiaria de Monchique, no Porto
  • visitar em Trancoso o Centro de Interpretação Judaica Isaac Cardoso
  • visitar o Museu Luso-Hebraico de Abraão Zacuto, em Tomar, onde se encontra uma lápide relativa à fundação da Grande Sinagoga de Lisboa, de 1307
  • conhecer no Museu de Évora a arca (cofre) e Mesa do Tribunal da Inquisição, de meados do séc. XVI
  • visitar em Faro o Museu Isaac Bitton, onde se representa um Bar Mitzvah (confirmação dum rapaz de 13 anos) e um Casamento num cenário em tamanho natural

Por vilas, cidades e aldeias, parte-se à descoberta de um património rico em memórias evocativas da presença judaica em Portugal.

Embora haja referências anteriores, foi entre os séculos V e XV que os judeus sefarditas se estabeleceram  na Península Ibérica, contribuindo das mais diversas formas para a cultura portuguesa. Protegidos pelos reis, entre os seus membros encontravam-se filósofos, humanistas, cientistas e mercadores, mas também gente de profissões mais comuns, como sapateiros, alfaiates ou tecelões. Os sefarditas participaram ativamente em vários momentos importantes da História lusa, tais como a fundação da nacionalidade, tendo contribuído para o povoamento do território e, mais tarde, também com conhecimento financeiro e científico durante a época dos Descobrimentos. Destacou-se o grande matemático e cosmógrafo do séc. XVI, Pedro Nunes, que criou o Nónio, que era um instrumento de navegação.

Em 1496, o Édito de Expulsão dos Judeus em Portugal obrigou-os à conversão ao catolicismo, para se tornarem cristãos-novos. Muitos saíram do país, mas houve quem ficasse e mantivesse a sua fé de forma secreta, dando origem aos chamados marranos ou cripto-judeus. As marcas e inscrições simbólicas desses tempos podem ver-se ainda esculpidas nas casas das antigas judiarias, cujos vestígios se preservam em localidades como Trancoso, Belmonte, Guarda ou Castelo de Vide.

Rua Nova, Rua Direita, Rua da Estrela ou Espinosa são exemplos de nomes que assinalam a existência passada de uma judiaria no local. Reparando nas casas, vê-se no piso térreo uma porta larga de acesso à loja, e outra mais estreita, de entrada na habitação, localizada no piso superior – são uma prova do importante impulso que os judeus deram à atividade comercial. Nalgumas ainda se vê a ranhura da “Mezuzah”, um pergaminho com palavras da Bíblia, que na fé judaica se colocava do lado direito da ombreira da porta.

Uma das primeiras obras impressas no país foi uma edição do “Pentateuco”, feita por Samuel Gacon em Faro, em 1487. Hoje, existem vários museus sobre a presença judaica em Portugal, em sítios como Castelo de Vide, Belmonte, Faro ou Tomar – este último instalado numa antiga sinagoga do séc. XV. E pode-se facilmente descobrir a história judaica em Portugal seguindo a Rota das Judiarias, que preserva o testemunho do encontro de povos e culturas.

Na sua diáspora, os judeus também divulgaram a língua e cultura portuguesas. Durante a II Guerra Mundial, Portugal recebeu muitos milhares de judeus em fuga das perseguições nazis. Com existência legal no país desde 1912, a comunidade judaica tem atualmente sinagogas em Lisboa, Porto, Trancoso e Belmonte.

Obtenha mais informação sobre os locais a visitar em Portugal relacionados com a Herança Judaica Sefardita em www.pathsoffaith.com.


Ilhéu de Vila Franca do Campo

Não deixe de…
  • não deixe de levar equipamento de snorkeling e máquina fotográfica

Pequeno paraíso dentro de um maior que é a ilha de São Miguel, o Ilhéu de Vila Franca do Campo proporciona um dia intenso a quem o visitar.

Situado em frente à povoação de Vila Franca do Campo, a cerca de 1 km da costa, este local é o resultado da cratera de um antigo vulcão submerso, considerando uma das principais atrações turísticos da ilha de São Miguel, especialmente desde que aqui se realizou uma das etapas do Red Bull Cliff Diving – o campeonato mundial de mergulho em penhascos.

Classificado como Reserva Natural, tem as paredes da sua cratera revestidas por uma vegetação endémica, enquanto no seu interior existe uma piscina natural com uma forma quase perfeitamente circular, que comunica com o mar por uma estreita passagem. Esta abertura é designada por Boquete e está voltada a Norte, isto é na direção da costa da ilha, o que impede a entrada da agitação marítima para o interior. As suas águas cristalinas e a pequena, mas encantadora praia, são excelentes para a prática de natação e mergulho.

Atualmente, os bordos da cratera compreendem dois ilhéus, o ilhéu Pequenino situado na costa nordeste e o Ilhéu Grande que constitui a maior estrutura emergente. Blocos de rocha basáltica dominam as zonas mais influenciadas pela ação da ondulação, tais como o canal de entrada e as várias fissuras através das quais a água sai da cratera, localmente conhecidas por golas.

A sul do Ilhéu erguem-se dois rochedos vulcânicos, curiosamente corroídos pelo mar e ventos, que servem de abrigo às muitas aves marinhas que visitam o ilhéu, tais como cagarros, garajaus entre outros.

Durante a época balnear, de junho a outubro, o ilhéu pode ser visitado de barco, a partir do cais de Tagarete. Após uma pequena e agradável viagem pelas límpidas águas do Oceano Atlântico desembarcamos nesta pequena ilha, onde rapidamente percebemos o quão pequeninos somos perante aquilo que a mãe natureza nos dá. É realmente um daqueles locais que apenas vendo com os próprios olhos podemos ter noção do quão fantástico é...

Entre outubro e abril, o acesso é restrito e apenas pode ser realizado através de empresas certificadas e pré-aprovadas pelo governo regional. Nesta altura não é permitido nadar. Entre abril e junho, durante a Primavera, o acesso ainda é mais restrito para não perturbar a época de acasalamento das aves.


Visita a Coimbra

Não deixe de…
  • na Universidade, visitar a Biblioteca Joanina e subir à torre para apreciar as vistas.
  • Conhecer a Sé Velha, um dos mais belos edifícios românicos portugueses
  • visitar o Portugal dos Pequenitos
  • conhecer o Mosteiro de Santa Clara-a-velha
  • passear nos Jardins da Quinta das Lágrimas
  • apreciar o criptopórtico - o que resta da Coimbra da época romana - no Museu Nacional Machado de Castro
  • saborear os pastéis de Santa Clara ou as arrufadas num dos cafés históricos da Baixa

Nas margens do rio Mondego, Coimbra é conhecida pela sua Universidade, a mais antiga em Portugal e uma das mais antigas da Europa, que ao longo do tempo lhe moldou a imagem tornando-a “a cidade dos estudantes”.

Iniciamos esta visita, precisamente na Universidade fundada no século XIII que a UNESCO integrou na lista do Património mundial, numa classificação que engloba também a Rua da Sofia e a alta da cidade. Vale a pena subir à sua torre, onde estão os sinos que marcavam o ritmo das aulas, para apreciar a soberba vista de 360º sobre Coimbra. Mas no piso térreo há muito para visitar: o Pátio das Escolas, a Sala dos Capelos onde têm lugar as cerimónias mais importantes, a Capela de São Miguel com um imponente órgão barroco e a Biblioteca Joanina, que possui mais de 300 mil obras datadas entre os séculos XVI e XVIII dispostas em belíssimas estantes ornamentadas com talha dourada. O conjunto de edifícios ocupa o lugar do Paço onde viveram os primeiros reis de Portugal, que aqui chegaram a fixar a capital do reino.

São desses tempos vários monumentos que apresentam o esplendor da arte românica. Localizados na Baixa, zona de compras e de cafés históricos, merecem visita obrigatória o Mosteiro de Santa Cruz que alberga o túmulo do primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques, e na outra margem, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, recuperado e resgatado das águas do rio que o invadiram ao longo dos séculos. Ou ainda a Sé Velha, em cujas escadas tem lugar a serenata monumental em que os estudantes trajando capas negras cantam com muito sentimento o Fado de Coimbra. Este é um dos eventos da Queima das Fitas onde todos os anos em Maio os finalistas celebram a conclusão do curso, numa festa cheia de cor. Essa animação, no entanto, sente-se ao longo de todo o ano nas muitas tasquinhas e nas Repúblicas, as residências dos estudantes, exemplos de vida em comunidade. 

Mas há muito mais para ver. O Museu Nacional Machado de Castro conserva o Criptopórtico romano, entre um acervo de grande valor e dá a conhecer a história da cidade. Também são muitos os jardins a não perder como o do Choupal, o da Quinta das Lágrimas, cenário do romance de D. Pedro e Inês de Castro ou o Jardim Botânico. As crianças (e não só) vão adorar o Portugal dos Pequenitos, um Parque que reproduz à escala dos mais pequenos, os principais monumentos portugueses. 

Coimbra não é só tradição; possui estruturas modernas que vale a pena conhecer como o Pólo II da Universidade, a Ponte Pedonal Pedro e Inês, o Pavilhão Centro de Portugal no Parque Verde do Mondego. E para ter uma perspetiva diferente de toda a cidade aconselhamos um passeio de barco no Rio Mondego.

Segundo um fado cantado pelos estudantes, “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”, mas talvez não seja preciso chegar a esse momento para o descobrir …


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